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segunda-feira, 20 de abril de 2009

DIPLOMA, STF E FORMAÇÃO SUPERIOR EM JORNALISMO

JOÃO UBALDO RIBEIRO ESCREVEU (em sua coluna em O Globo. 21.06.2009. Pág. 7):

"...A imprensa certamente procurará contratar profissionais de áreas diversas da comunicação para atender a algumas necessidades, notadamente de jornalismo analítico e especializado, mas deverá continuar a dar preferência genérica a profissionais formalmente habilitados, e um diploma de jornalista ainda pesará no currículo..."

NOTÍCIA enviada pelo Professor Alexandre Ferreira, que além de ensinar radiojornalismo na Unisuam é radialista da Rádio Globo:
"João Roberto Marinho fala sobre o fim da obrigatoriedade de diploma para jornalistas.

O vice-presidente das Organizações Globo e presidente do Conselho Editorial do grupo, João Roberto Marinho, divulgou nota, nesta quinta, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com a obrigatoriedade de diploma para o exercício do jornalismo.

Na mensagem, ele afirma que a decisão do Supremo é bem-vinda, porque atesta a legalidade de uma situação que órgãos de imprensa vivem há anos: a de ter, em suas equipes, especialistas em outras áreas, com talento reconhecido e sem diploma de jornalista, mas assegura que nada mudará para as Organizações Globo, quaisquer que sejam as interpretações sobre a decisão do Supremo.

João Roberto Marinho reconhece como fundamental o trabalho das escolas de Comunicação Social no Brasil e afirma que as Organizações Globo continuarão a buscar nelas seus profissionais de jornalismo.

Ele observa que essas escolas são os melhores centros de difusão das técnicas e dos conhecimentos necessários para jornalistas exerçam bem suas atribuições e conclui: "Essa crença nunca esteve em conflito com a nossa postura de buscar especialistas de outras áreas que possam enriquecer nossos jornais, revistas, programas jornalísticos em rádio e TV e sites da internet.

A decisão do Supremo Tribunal Federal apenas ratifica uma prática que sempre foi nossa”.

PARA NÃO ESQUECER JAMAIS O VOTO DO PRESIDENTE DO STF

Eis o que disse Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, na sessão em que se decidiu acabar com a exigência de diploma para a prática do Jornalismo. Em 17.06.2009:

Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão”.

[...] “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores.”

COM A PALAVRA O PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS:
"Fomos provocados e desafiados. Não temos, agora, o direito à dúvida e à hesitação. Somente os que têm a ousadia de lutar, conquistam o supremo direito de vencer. Como na letra da canção, lembro que 'se muito vale o já feito, mais vale o que será.' Queridos e queridas companheiros e companheiras. Mais uma vez, vamos à luta!"

Sérgio Murillo de Andrade, Presidente, com muito orgulho, da FENAJ "

NÃO TEM GRAÇA, MAS TAMBÉM NÃO É PARA LEVAR TÃO A SÉRIO!

Quem diz isso é o Professor Muniz Sodré. Ele lembra que, não faz muito tempo, havia nas redações, um setor, uma área de trabalho, que lidava com títulos, com copidesque, com revisão, enfim uma seção do jornalismo conhecida como "A cozinha do jornal", que sempre foi bastante prestigiada.

DEU NO OBSERVATÓRIO
OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA - 23 DE JUNHO DE 2009
Recomendo a quem não assistiu que assista. Ou que visite a página na internet.
Surpreende que o tema não tenha sido tratado assim antes.
O programa desta terça-feira, além de ouvir pessoas do Brasil e do exterior, teve na mesa Muniz Sodré e Mario Vitor Santos.
De tudo o que foi dito no programa, vale destacar:
80 % dos jornalistas nos EUA têm diploma. O país tem 40 cursos de doutorado na área.
O deputado Miro Teixeira promete apresentar projeto de lei regulamentando a profissão.
A cobertura da mídia foi parcial e manipuladora, uma vez que não ouviu vozes favoráveis à manutenção do diploma.
O argumento de que o decreto que exige o diploma foi assinado durante a ditadura é um argumento meta-jurídico, portanto não poderia fundamentar uma decisão jurídica.
Vale lembrar que a Lei do Divórcio também foi feita durante a ditadura.
O que o jornalismo faz com a cabeça das pessoas ao lidar com informação é tão complexo e importante quanto o que pode fazer a medicina.
Valeria a pena assistir de novo. Para mim, a melhor parte foi ver Alberto Dines, que nunca fez Jornalismo, defendendo o diploma, do alto de seus 57 anos de profissão. Vejam o Editorial do mestre Dines:

Festival de hipocrisia
Alberto Dines (editorial do Observatório da Imprensa na TV nº 508, exibido em 23/6/2009)

"Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Está extinta a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício profissional. Depois de 34 anos de manobras e maquinações, as corporações de empresários de comunicação conseguiram esta vitória de Pirro: sob o pueril pretexto da defesa da liberdade de expressão, patrocinaram um retrocesso que afetará decisivamente a qualidade do nosso jornalismo.
Estes novos defensores da liberdade de expressão até agora não se deram ao trabalho de explicar à sociedade quem lhes conferiu o diploma de representantes do interesse público. Qual a credibilidade do Sindicato das empresas de rádio e TV do estado de São Paulo para falar em nome da sociedade civil? As emissoras reunidas neste sindicato, todas concessionárias da União, por acaso têm reputação ilibada? Respeitam o telespectador, obedecem à classificação indicativa, oferecem um entretenimento edificante?
O fim do diploma teve o mérito de mostrar mais uma vez como se comporta a mídia quando os seus interesses estão em jogo.
O episódio foi acompanhado por uma cobertura parcial, claramente manipulada. Ninguém explicou o que é que o Ministério Público Federal estava fazendo numa ação difusa, doutrinal, suscitada aleatoriamente, sem fato novo ou ameaça imediata. Isto não foi explicado. Nada foi explicado, importava martelar um único factóide. Os males da nossa imprensa decorrem da obrigatoriedade do diploma.
Não é estranho que, na grande mídia, só se manifestaram os profissionais contra o diploma? A favor do diploma só apareceu um grande nome: o colunista da Folha, Janio de Freitas. Por acaso não há outros? Onde está o pluralismo de uma imprensa que se pretende livre e objetiva? É certo que a centenária ABI e a Federação dos Sindicatos apareceram num cantinho do noticiário repudiando a decisão do STF. Mas por que não se publicou o voto do ministro Marco Aurélio de Mello, o único ministro que ousou contestar os argumentos do relator Gilmar Mendes?
O diploma de jornalista para o exercício do jornalismo foi considerado desnecessário pela Suprema Corte. Mas graças a este mesmo diploma tivemos o privilégio de assistir ao festival de hipocrisias daqueles que usam o pretexto da liberdade de expressão para acabar com ela
."

MENSAGEM ENVIADA AOS ALUNOS DO CURSO DE JORNALISMO DA UNISUAM

O Curso de Jornalismo da Unisuam, na pessoa deste coordenador, de outros professores, em seus veículos laboratoriais como o Jornal Fonte, a Rádio Fonte e o Centro de TV, no próprio site da Unisuam, além de discussões em aulas, palestras e eventos dedicados aos alunos, participou de todas as ações, eventos, reuniões, atos públicos e manifestações que antecederam a lamentável decisão do Supremo Tribunal Federal no dia 17 de junho de 2009.
Entendo que, ao fazê-lo, estivemos sendo coerentes com os princípios que nos orientam, nos movem e legitimam nossa atividade de educadores responsáveis pela formação de jornalistas graduados no ensino superior.
Muito mais do que diploma, estamos comprometidos com a formação de qualidade.
Respeitamos e tentamos responder aos chamados das entidades representativas da classe profissional a que nossos alunos irão pertencer.
Desde o início o que nos motivou não foi a necessidade de ter ou não ter alunos interessados em cursar Jornalismo. Em vez disso, nossa motivação maior sempre foi a necessidade democrática e cidadã que a sociedade brasileira reconhece na qualificação daqueles que irão lhe trazer as informações indispensáveis para formar suas opiniões.
Abaixo, a carta que esta Coordenação está encaminhando aos alunos e demais interessados no Curso de Jornalismo da Unisuam:
Por 8 votos a 1, sem unanimidade portanto, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a exigência do diploma de graduação específica para o exercício do Jornalismo. O Curso de Jornalismo da Unisuam lamenta a decisão que, além de um retrocesso, desrespeita conquistas históricas da categoria dos jornalistas. Enquanto durou a batalha, estivemos ao lado da Federação Nacional dos Jornalistas, a FENAJ, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, FNPJ, da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo, SBPJOR. Também escreveram ou manifestaram apoio à exigência nomes como Nilson Lage, Muniz Sodré e tantos outros, com os quais concorda a maioria da população brasileira consultada em pesquisa encomendada pela Fenaj na qual mais de 70 % dos entrevistados se disseram favoráveis à exigência do diploma. Conforme sugestão do Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, caberá agora às empresas jornalísticas decidir quem deve ser contratado como tal.

Batalha encerrada, é necessário esclarecer alguns pontos:

1) Prossegue a necessidade da luta pela qualidade da informação isenta, pela independência e pela qualificação profissional dos jornalistas, em nome do interesse público;

2) O que o STF derrubou não foi o diploma, mas sim a exigência com a qual o Ministério do Trabalho podia contar para fiscalizar o exercício profissional, doravante entregue aos patrões;

3) Nada afeta ou modifica as exigências de qualidade na formação de nível superior para jornalistas, haja vista que o Ministério da Educação está prestes a reformular as diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo justamente como forma de garantir tal qualidade.

4) O Curso de Jornalismo da Unisuam reafirma, neste momento histórico, sua mais forte convicção e disposição em formar jornalistas éticos, comprometidos com a defesa da cidadania e plenamente aptos, do ponto de vista teórico e prático, a disputar seu lugar no mercado de trabalho.

O que mudou é que não basta mais dispor de um diploma. Agora estaremos empenhados em formar jornalistas que não apenas possam exibir com orgulho seu diploma de graduação, mas com mais orgulho ainda, se apresentem às assessorias, às redações, às emissoras de rádio ou Tevê, aos sites, de outros ou deles próprios, com o diploma do Curso de Jornalismo da Unisuam. A Coordenação.

XII Encontro Nacional de Professores de Jornalismo

O XII Encontro Nacional de Professores de Jornalismo aconteceu em Belo Horizonte, MG, de 17 a 19 de abril e contou com professores de todo país. O evento começou com o III Encontro Nacional de Coordenadores de Curso, na sexta-feira, dia 17. O destaque da reunião esteve na fala do Presidente do FNPJ, Edson Spenthof (UFGO), para quem é preciso definir o que é jornalismo, na hora de reformular as diretrizes curriculares da área, como quer o Ministério da Educação.
Na mesma mesa, esteve Alfredo Vizeu (UFPE), que destacou em sua fala a preocupação com a figura do jornalista “multimídia”. O termo causou polêmica durante todo o encontro. O problema é que a formação multitarefas do jornalista permitiria exploração das empresas, que contratariam um único profissional para fazer o trabalho de vários, reduzindo seus custos.
Apesar da polêmica suscitada, o perfil desse suposto profissional não ficou definido, uma vez que as tentativas traçadas por alguns palestrantes não ficaram totalmente claras. Isto posto, o que foi consenso é que há na academia e no mercado traços de mudanças na formação e na procura do profissional de jornalismo. Por exemplo, a UNEB, no Campus Juazeiro, já conta com o curso de jornalista com ênfase em multimeios, o que sem dúvida demonstra tendências e exigências contemporâneas.
Unisuam marca presença com apresentação de trabalhos em Grupo de Pesquisa - A Unisuam esteve representada no XII Encontro Nacional de Professores de Jornalismo pelo Coordenador de Jornalismo, Prof. Ovidio Mota Peixoto, e pela Prof.ª Mirian Magalhães pertencente também ao quadro docente do curso. Entre as diferentes atividades desenvolvidas, nos dias 18 e 19, os professores Ovidio e Mirian apresentaram trabalhos referentes ao dia a dia deles na instituição. O coordenador ofereceu um relato sobre o Seminário de Comunicação realizado durante a última Semana Acadêmica da Unisuam, que ocorreu no segundo semestre de 2008. Durante este seminário, vários professores da casa apresentaram artigos com temática direcionada às dificuldades e aos desafios que encontram no ensino do jornalismo e da publicidade, uma vez que o evento foi compartilhado pelas duas habilitações. Dessa troca de impressões surgiram alguns pontos de convergência, como a falta de leitura dos alunos, a necessidade de escoar a produção discente e o comportamento cliente do aluno, entre outros. Na fala do Prof. Ovidio, durante sua apresentação no Encontro, foram ressaltadas também algumas medidas já adotadas na busca de soluções. O que chamou a atenção durante a explanação foi a surpresa dos professores presentes no sentido de desconhecerem a realidade descrita, mas também a admiração exposta pelo trabalho desenvolvido, especialmente em relação à proposta de que os alunos tenham que ler pelo menos um livro inteiro a cada período do curso.
A Prof.ª Mirian Magalhães também apresentou um relato de experiência decorrente de um projeto interdisciplinar desenvolvido por ela juntamente com a Prof.ª Maria João Palma, docente do curso de jornalismo. Como tarefa proposta para avaliação disciplinar, os alunos inscritos no segundo semestre de 2008 nas disciplinas Edição (Prof.ª Maria João) e Produção do Discurso IV (Prof.ª Mirian) escreveram, diagramaram e montaram um livro temático. Todo o trabalho foi acompanhado pelas referidas professoras, resultando numa publicação montada de maneira artesanal, mas que obteve grande repercussão entre os participantes. No relato, os pontos altos enfatizados foram a responsabilidade desenvolvida pelos alunos com a feitura dos textos e a concepção do planejamento visual, além da motivação e da compreensão muito mais abrangente da prática de edição e da produção textual, ambas etapas valiosas do exercício do jornalismo

4 comentários:

  1. Belo post. Minha monografia aborda o "jornalista multimeios"...é bem interessante falar sobre um tema tão atual...

    Adorei o blog professor...
    bj

    Rebeca Sabino.

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  2. Professor, adorei o blog, mas achei tão..."black"
    Vamos colocar umas cores nele?
    rs

    OBS.: Quando eu crescer, vou escrever como você!

    Bjão
    Laís Gomes

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  3. muito legal seu blog, ovídio!
    bjs,
    daniela oliveira

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  4. Nada mais nada menos que postado pelo professor, coordenador e editor Ovídio Motta, preciso dizer algo mais?! Amei seu blog Ovídio! Voltarei aqui mais vezes buscando inspiração para voltar a escrever! Saudades

    Juliana Barreto

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